ISTAMBUL: guia para conhecer a cidade

Istambul foi uma grata surpresa. A cidade que em outros tempo foi Constantinopla - a capital do Império Romano, Bizantino, Latino e Otomano - se transformou em um local vibrante, multicultural, cheio de vida e cores. Eu não esperava tanto, e ganhei muito mais.

A cidade é conhecida por ser a “cidade dos gatos” - há felinos caminhando plenamente por todas as ruas e monumentos de Istambul. Contamos sobre isso aqui no Instagram. Os gatos são de todos - cuidados por todos - e por isso, acostumados com os humanos que diuturnamente passam ao seu lado.

Antes de falar sobre os lugares, fica já uma lista do que fazer/conhecer:

  1. Passeio no Estreito de Bósforo

  2. Mesquita Azul

  3. Mesquita Hagia Sofia

  4. Mesquita Çamlica

  5. Grand Bazaar

  6. Bazar de Especiarias

  7. Palácio Topkapi

  8. Cisterna da Basílica

  9. Torre de Gálata

  10. Taksim Square

  11. Bairro Karakoy

Você também pode incluir:

  1. Atravessar o estreito e ir para o lado Oriental da cidade (e já pode ir na Mesquita Çamlica);

  2. Maiden’s Tower;

  3. Igreja de Santo Antônio.

O QUE FAZER EM ISTAMBUL

PASSEIO PELO ESTREITO DE BÓSFORO:

O Estreito de Bósforo liga o Mar Morto ao Mar Egeu, com grande fluxo de navios, barcos, e também com os barcos que levam moradores e turistas do lado Ocidental para o lado Oriental de Istambul.

Você pode optar por fazer o trajeto com transporte público, ou aproveitar para um passeio turístico - que pode incluir jantar e bebidas.

Optamos pelo passeio com jantar pelo Estreito. Contratamos diretamente no hotel e incluía o transfer ida-volta do hotel para o porto de onde saiam os barcos, jantar (entrada, prato principal e sobremesa) e bebida alcoólica (podem optar por bebida sem álcool também).

Durante o nosso passeio também tivemos apresentações de danças típicas e música.

O valor do passeio foi 60€, por pessoa (em junho/25).

Sugestão: ir no horário do jantar para conseguir ver o por-do-sol.

MESQUITAS

Para visitar as Mesquitas é muito importante ter em mente o respeito pela religião e cultura local. Não se pode usar roupas curtas ou sem mangas, e as mulheres devem cobrir a cabeça (levem um lenço). Caso não tenham, as Mesquitas emprestam tecidos para cobrir as pernas e também véus para a cabeça.

Ao redor das Mesquitas é muito comum encontrarmos torneiras - elas servem para que estes se “purifiquem” antes de entrar no espaço de oração. Mãos, braços, atrás dos joelhos, pés e nuca são lavados. Não se trata exatamente de uma limpeza exterior/física, mas de uma purificação do espírito. Este ritual é feito sempre que vão à Mesquita.

Para chamar às pessoas à oração é entoado um som (parece um cântico) que se propaga pelos minaretes - grandes torres nas Mesquitas com a finalidade de leva o som para os fiés. O número de minaretes representa a importância/grandiosidade do templo religioso.

Embora a cidade seja repleta de Mesquitas, três delas se destacam - 2 no lado Ocidental e 1 no lado Oriental de Istambul. No lado Ocidental temos a Mesquita Azul e a Mesquita Hagia Sofia; no lado Oriental está a maior mesquita de Istambul, e 3ª maior do mundo - a Mesquita Çamlica. Contamos um pouco sobre elas abaixo:

Mesquita Azul: também chamada de mesquita do sultão Ahmed I, a Mesquita Azul é o principal templo religioso de Istambul. Com 64m de altura, foi construída entre 1609 e 1616, com capacidade para 10.000 pessoas, é uma das poucas mesquitas na Turquia que possui 6 minaretes. Está situada onde, antigamente, foi o grande palácio de Constantinopla - residência dos imperadores bizantinos entre os anos 33o e 1081.

O seu interior é revestido por milhares de azulejos Iznik azuis feitos à mão, e seu tapete é famoso por ser feito com fina seda, fios de ouro e de prata. Para entrar na Mesquita devemos nos descalçar.

A entrada da Mesquita Azul é gratuita. Fique atento aos horários de abertura e fecho, e também aos horários de oração (quando não se pode visitar).

Mesquita Hagia Sophia: a mesquita da “Sagrada Sabedoria”. Foi construída por ordem do imperador Justiniano I entre os anos 532 e 537 para ser a catedral de Constantinopla. De 537 até 1453 serviu como catedral, sendo que no período compreendido entre 1204 e 1261 foi convertida para uma catedral católica romana (patriarcado latino de Constantinopla). Durante quase mil anos foi a maior catedral do mundo, sendo superada pela catedral de Sevilha em 1520.

A Hagia Sophia possui 2 andares, 4 minaretes, e uma cúpula magnífica - com 56m de altura e 31m de largura, projetada pelo físico Isidoro de Mileto e o matemático Antêmio de Tralles.

Marcas do período em que foi uma catedral católica ainda são visíveis no seu interior, como a imagem da Virgem Maria com o menino Jesus no colo, e o mosaico Deesis.

Para visitar é preciso comprar ingresso - o bilhete para visitar apenas a Hagia Sophia custa 25€, e está aberta todos os dias (verifique os horários no site oficial). No Get Your Gide você pode comprar o ingresso.

Mesquita Çamlica: projetada por duas arquitetas - Bahar Mizrak e Hayriye Gul Totu - a sua construção foi concluída em 2019. A sua cúpula mais alta possui 72m de altura, e esta altura não foi decidida em vão: os 72m representam as 72 nações que vivem na cidade. Já a segunda cúpula possui 34m de altura, que é o número de licença oficial de Istambul.

Possui espaço para 63.000 pessoas, mas foi pensada para ser um centro de emergência, e para esta finalidade pode acomodar até 100.000 pessoas.

Com 6 minaretes (como a Mesquita Azul) possui um tapete lindíssimo (fiquei boquiaberta e apaixonada por ele). Além do templo religioso, possui biblioteca, centro de artes, museu, e um jardim com café e vista para o Estreito - ótimo local para um piquenique.

A entrada é gratuita.

Para chegar até a Mesquita Çamlica você pode atravessar de barco o Estreito de Bósforo e depois pegar um uber (forma mais simples). Para quem estiver de carro (alugado) na área subterrânea há estacionamento para mais de 3000 carros - não sendo um dia festivo, dificilmente ficará sem vaga :)

GRAND BAZAAR

O Grand Bazaar é um imenso mercado municipal que existe desde 1461, construído por ordem do sultão Maomé II. É o maior e mais antigo mercado do mundo. Aqui encontra-se de tudo um pouco: souvernirs, joias, roupas, tapetes e também produtos “chineses” - falam que existem entre 1200 e 4000 lojas, onde trabalham cerca de 20 mil pessoas.

Culturalmente os turcos gostam de negociar seus produtos - e é por isso que se diz para sempre tentar baixar o preço. No entanto, há algumas lojas que possuem placas informando que não aceitam negociação.

BAZAR DE ESPECIARIAS

Este Mercado inicia-se em 1663 e também é conhecido como “Bazar Egípcio”, nome dado no período em que Istambul era o ponto final da rota da seda, recebendo produtos da Ásia através do Egito para distribuir por toda Europa.

Projetado para sustentar economicamente a Nova Mesquita (que está bem ao seu lado), possui uma planta em “L” e mais de 80 lojas.

Enquanto no Grand Bazaar vende-se de tudo, no Bazar de Especiariais, como o nome diz, há inúmeras lojas voltadas para a venda de temperos, e também de objetos que podem servir para utilizá-los (pequenos moinhos, por ex). Além das especiarias vão encontrar azeitonas, queijos, frutos secos e doces em vários formatos e sabores.

É mesmo uma tentação para que gosta de cozinhar e comer bem.

PALÁCIO TOPKAPI

Antes de tudo: separe metade de um dia para conhecer este grandioso palácio - o espaço é enorme e você vai precisar de tempo para visitar.

Topkapi significa porta do canhão. Este palácio foi construído por Maomé II logo após a conquista de Constantinopla, sendo inaugurado em 1460. Passou por grandes reformas em razão de um terremoto em 1509 e incêndio em 1665, e ampliações pelo sultão Suleyman I - sendo sempre observado o projeto de Maomé II.

Até o ano 1853 teve funções de Palácio, mas a partir deste ano se tornou a habitação de oficiais graduados, e posteriormente, em 1924, passa a ser um museu.

O edifício tem mais de 400 cômodos, está envolvido por jardins e fontes, além de ter uma vista espetacular para o estreito de Bósforo. O Palácio possui sua própria mesquita, um grande acervo de objetos (12 mil peças de porcelana) e um harém com mais de 1000 mulheres, crianças e eunucos.

Este acervo de objetos possui 12 mil peças de porcelana, e dentre tantos outros, alguns especiais, como um diamante de 86 quilates (pesa 17,2g), o Manto do Profeta Maomé e o punhal topkapi - que é a arma mais cara do mundo, tendo sido contruído com ouro e esmeraldas incrustadas.

É Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1995.

Está fechado nas terças-feiras, e nos outros dias funciona das 9h às 18h - pode conferir no site oficial. O ingresso custa 2400LT (50,40€ em julho/25) e é possível ter audio-guia gratuito - leve seus fones de ouvido (tem em português).

CISTERNA DA BASÍLICA

Na língua turca o nome é Yerebatan Saray, e é um dos lugares mais lindos de Istambul e vale visitar. Bem diferente de tudo que eu já tinha visitado, achei lindo, curioso e muito bem cuidado - a iluminação colocada faz toda diferença na visita!

História da Cisterna da Basílica: também chamada de “Palácio Submerso” a Cisterna foi construída entre os anos 527-565 , tempo de Justiniano I, e era abastecida por dois aquedutos - Adriano e Valente, e podia armazenar 100mil metros cúbicos de água. A Cisterna ficava por debaixo de uma Basílica, que já não existe, e fornecia água para o Palácio Bizantino. Posteriormente, passou a fornecer água para o Palácio Topkapi e também servia para abastecer a cidade durante os períodos de seca.

São 336 colunas, com 9m de altura cada, em estilos bem diferentes. Chamam atenção, em especial, as cabeças da Medusa - são duas. Muitos mitos e lendas rondam a existência destas cabeças, mas o que mais se acredita é no fato de serem úteis para suportar a coluna - as colunas são diferentes, pois reutilizadas de monumentos, fazendo sentido a teoria mais prática sobre as cabeças.

A Cisterna abre diariamente das 9h às 22h, e os horários mais tardios podem ser uma boa opção para quem tem menos tempo na cidade. No site oficial encontram informações sobre horários, valores dos ingressos e também onde comprar online.

TORRE DE GÁLATA

Torre de Gálata ou Galata Kunesi é uma torre medieval localizada no bairro que lhe dá nome (Gálata). Possui 61m de altura, mas se situa no alto do bairro, o que permite uma visão privilegiada de toda Istambul.

Vista do alto da Torre de Gálata

A primeira torre foi construída em 528 para ser um farol. Posteriormente, em 1348, foi reconstruída pelos genoveses - após a destruição da anterior na 4ª cruzada.

Para visitar pode-se subir de elevador até o penúltimo piso, depois é preciso subir um lance de escadas.

A visitação se inicia às 8h30min e pode ser feita até às 18h15min. Para visitar é preciso comprar o ingresso, que custa 30€. Menores de 18 anos somente podem visitar a torre devidamente acompanhados por um adulto.

TAKSIM SQUARE

Aqui está a área mais moderna de Istambul. São bares, restaurantes, hotéis, sendo o local favorito para as grandes celebrações. No centro da praça está o Monumento à República - obra que celebra Kemal Atatürk, o fundador da república turca. Aliás, o nome e a foto de Atatürk podem ser vistos em vários locais da cidade.

Para se chegar até a Praça Taksim podem-se percorrer à pé ou de bonde a Avenida da Indepêndencia (Istiklal Caddesi). É uma rua cheia de lojas, bem movimentada. Uma das lojas é a do Galatasaray, um dos times de futebol da Turquia.

BAIRRO KARAKOY

Abaixo do bairro Gálata, e junto ao Estreito de Bósforo, e que no século XV foi lar de genoveses, venezianos, catalães, gregos, armênios e judeus (especialmente os judeus sefardistas que escaparam da inquisição na península Ibérica).

Há vários tipos de comércio, mas especialmente o de peixes. É também em Karakoy que atracam os navios de turismo que percorrem o Mediterrâneo - aqui está o Galataport - o ponto onde ancoram os navios, com vários restaurantes e lojas (um verdadeiro centro comercial).

O QUE MAIS VISITAR EM INSTAMBUL:

Além destes principais locais e monumentos, você também pode descobrir a Maiden’s Tower e a Igreja de Santo Antônio.

A Maiden’s Tower, ou “torre da donzela”, foi construída em uma pequena ilha, na entrada do Estreito de Bósforo. A Torre foi construída (ano 410d.C.) para ser um ponto de fiscalização e recolha de impostos dos navios que atravessavam o Estreito.

Posteriormente se transformou em local de defesa, chegou a ser Palácio para o sultão Maomé II, e também farol - já nos séculos XVII e XVIII, para iluminar os navios nos caminhos para o Mar de Mármara e Mar Negro. Neste link é possível fazer uma visita virtual à Torre.

A Igreja de Santo Antônio é a maior igreja católica romana de Istambul e está situada na região próxima à Praça Taksim, na Istiklal Caddesi, n.º 171. Não passe desapercebido! A Igreja não está com a porta diretamente na rua, mas dentro de um largo (passa-se por um portão). O edifício é obra do arquiteto turco Giulio Mongeri, e foi construído já no século XX - os anteriores sofreram com incêndio e destruição).

Aqui vocês podem conhecer outras obras deste Arquiteto.

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ISTAMBUL:

  • Alguns sites (do Brasil e de Portugal) não abriram quando estive na cidade, por isso, se precisar trabalhar de forma remota ou acessar o site de algum banco verifique antes se há alguma restrição do país.

  • Tive muita dificuldade em encontrar ingressos online - todos os sites remetiam para lojas online que não eram as oficiais dos monumentos e geravam dúvidas. Um site confiável é o Get Your Guide e aqui você encontra várias experiências por Istambul.

  • Os ingressos são relativamente caros, por isso, se quiser visitar internamente os monumentos, faça as contas e verifique se não é melhor adquirir o Istambul Pass. Eu não comprei (feitas as contas, não valia para mim), mas é bom avaliar cada caso.

  • Nem todos os restaurantes vendem bebidas alcoólicas - nas áreas mais turísticas vão encontrar com facilidade (inclusive, há vinhos produzidos na Turquia!), mas se não for em restaurante deste tipo, podem não ter.


Sobre onde comer em Istambul vamos te contar em outro post! E aqui tem o hotel onde ficamos hospedados.

Se quiser conhecer mais sobre a Europa, aproveite e leia o que já escrevemos sobre:

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