Tax Free em Portugal: regras, quem tem direito e como receber o reembolso de IVA

O regime tax-free na Europa permite a residentes de fora da UE (e, em casos específicos, a residentes da UE que vão residir mais de 12 meses fora) recuperar o IVA pago em compras pessoais, desde que os produtos sejam levados na bagagem pessoal e validadas pela alfândega no momento da saída da Europa.

Há regras práticas, como o mínimo por fatura, os prazos, as formas de reembolso, que variam por país e por operador (Global Blue, Planet, etc.). Também é importante saber que o valor final devolvido é sempre menor do que a percentagem nominal do IVA (porque operadores cobram uma comissão e há custos administrativos) - normalmente o reembolso líquido fica, em média, entre 10% e 18% do valor total da compra (varia muito conforme o país e o tipo de produto).

Neste post vamos detalhar sobre o tax free em Portugal e te orientar como receber os valores do imposto.

Se quiser passear por Portugal pode contar com nossa assessoria, e também com as dicas que temos aqui no blog: TUDO SOBRE PORTUGAL!

bandeira azul com escrita branca shop tax free

Créditos: Unsplash

Quem tem direito ao reembolso do imposto

Apenas turistas residentes fora da União Europeia (não residentes na UE) possue o direito ao reembolso de IVA (ou seja, ao tax free).

Documentos necessários

No momento da compra será necessário apresentar um documento que comprove a residência fora da União Europeia - normalmente se utiliza o passaporte.

Quais provas precisam ser feitas?

Além do passaporte, no momento da solicitação do reembolso, será necessário mostrar:

  • Faturas originais com formulário tax free preenchido (ou recibo eletrônico/QR);

  • Os bens adquiridos (quando solicitado, há vezes que não pedem);

  • Bilhetes de embarque e de saída.

Bens elegíveis

Nem todos os bens dão direito ao reembolso do imposto. Apenas são reembolsáveis o IVA de bens físicos (mercadorias/produtos) que serão levados na bagagem pelo turista.

Todos os bens consumidos em Portugal (ex. refeições) e os serviços prestados não são passíveis de reembolso - não entram como exportação.

Para além disso é preciso observar que, em Portugal, é imprescindível que cada fatura seja igual ou superior a 50€ (líquido de imposto) - considerando o IVA de 23%, a fatura tem que ser de 61,50€.

Prazo para solicitar e validar a isenção

Da data da compra até a saída da União Europeia o prazo é de três meses.

Como validar?

Nos aeroportos portugueses, como o aeroporto de Lisboa, há quiosques eletrônicos nos quais o turista insere o passaporte e o cartão de embarque para validar os formulários de tax free. Se o quisque emitir um “código vermelho” significará a necessidade de ir ao balcão da Afândega, pois não foi possível validar automaticamente.

Depois desta validação (certificação aduaneira) pode se dirigir ao operador tax free para receber o reembolso (dinheiro, cartão de crédito).

DICA BÔNUS: Na prática você deverá em primeiro lugar se dirigir ao balcão da companhia aérea, fazer seu check-in e se os bens adquiridos e submetidos ao tax free estiverem na mala a ser despachada, NÃO PODEM despachar junto da cia aérea: devem ir até a máquina/quiosque do tax free, fazer o procedimento e despachar a bagagem na área do tax free (um bancão específico junto das máquinas).

Percentual de reembolso do IVA

O IVA em Portugal continental varia de 6% a 23%, mas para os bens em geral é majoritariamente de 23% - já na Madeira e Açores, para os bens em geral, é de 22% e 16% respectivamente.

Contudo, o valor a ser reembolsado ao turista não é o máximo do imposto, pois há desconto da comissão do operador de tax-free.

Assim, em sua maioria, os valores de reembolso ficam entre 10% e 17% do valor do imposto constante na fatura.

E-TAX-FREE Portugal

Em Portugal existe um sistema para simplificar o registro e as validações dos formulários, ond eno momento da compra o vendedor já gera um comprovante digital com o cógido de registro - se chama e-tax-free.

É preciso apenas ter atenção para os casos nos quais for sair da União Europeia por outro país - que não Portugal, pois nem todos aceitam este formulário digital. Para as saídas por Portugal, e compras efetuadas no país, funciona muito bem.

homem de costas carregando sacolas de compras e uma câmera fotográfica

Créditos: Unsplash

Recomendações práticas — para maximizar sucesso e reembolso

  1. Peça o formulário no momento do pagamento — não deixe para depois.

  2. Verifique o mínimo por fatura e procure consolidar compras numa única fatura quando possível (mesma loja, mesmo dia) para atingir o mínimo.

  3. Não despache a bagagem antes de obter o carimbo da alfândega; se for despachar, consulte o aeroporto sobre “pré-check-in”/carimbo antes do despacho (veja a nossa dica bônus acima).

  4. Chegue com antecedência ao aeroporto para procedimentos alfandegários (algumas filas podem ser longas) — especialmente em épocas altas.

  5. Compare operadores: se a loja oferecer mais de uma opção (ou se você puder escolher o operador), avalie o custo da comissão e a forma de reembolso (cash imediato vs. crédito no cartão).

  6. Guarde comprovantes até receber a devolução no cartão (algumas devoluções por cartão podem levar semanas e haver chargebacks se a documentação estiver incompleta).

placa triangular de atenção deteriorada em fundo amarelo

Créditos: Unsplash

Armadilhas frequentes - tenha atenção!

  1. Sem carimbo da alfândega = sem reembolso. É a principal causa de recusa. Não despache bens antes de ir ao balcão de carimbo (ou siga procedimento do aeroporto).

  2. Lojas que não participam: nem todo estabelecimento emite o formulário; confirme antes de pagar.

  3. Prazos e limites são nacionais: não há um único prazo uniforme para toda a Europa — confirme o prazo do país onde comprou.

  4. Comissões e taxas bancárias: se optar por receber em cash no aeroporto, pode haver limites e taxas; recebimento por cartão costuma demorar semanas.

  5. Brexit/UK: o Reino Unido aboliu a devolução de IVA a turistas em 2021 — portanto, turistsa não recebem Tax-Free no Reino Unido como antes; isso deslocou parte do fluxo de compras para a UE. (importante para viajantes britânicos e destinos concorrentes). Veja a notícia do The Times.

FONTES:

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